Hoje acredito que a informação é algo fundamental na vida do ser humano. Na saúde não poderia, também, deixar de ser. Principalmente quando estamos falando de Ortodontia, uma especialidade que envolve o correto posicionamento dos dentes, e nessa especialidade como em qualquer outra é de fundamental importância que o paciente seja sempre informado pelo seu Otodontista de quando, por quê, e para que se faz necessário o uso de aparelhos Ortodônticos. Busquei algumas perguntas, principalmente aquelas que mais ocorrem na clínica diária para fazer uma espécie de FAQ da Ortodontia.
Vamos lá:
Ortodontia é uma especialidade dentro da odontologia relacionada com o estudo do crescimento do complexo crânio-facial e com o desenvolvimento da oclusão dentária (mordida); atuando na prevenção e no tratamento das suas alterações.
Tem como objetivo final a harmonia estética e funcional dos ossos da face, dentes e suas estruturas de suporte.
Para exercer a profissão como ortodontista é preciso concluir o curso de graduação em odontologia e posteriormente fazer uma pós-graduação, como especialização, na área.
Ortodontista corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares posicionados de forma inadequada. Dentes tortos ou dentes que não se encaixam corretamente são difíceis de serem mantidos limpos, podendo ser perdidos precocemente. Também causam um estresse adicional aos músculos de mastigação que pode levar a dores de cabeça, síndrome da ATM e dores na região do pescoço, dos ombros e das costas. Os dentes tortos ou mal posicionados também prejudicam a sua aparência. O tratamento ortodôntico torna a boca mais saudável, proporciona uma aparência mais agradável e dentes com possibilidade de durar a vida toda.
O bom profissional consegue os melhores resultados no menor tempo de tratamento.
Participamos constantemente de seminários e congressos para aprofundar nossos conhecimentos e oferecer o que há de melhor e mais atual em Ortodontia e Ortopedia Facial, assim como, nos demais tratamentos para a Estética do Sorriso.
O profissional qualificado está atualizado com as novidades científicas e executa o melhor planejamento para cada caso.
Os prejuízos de um tratamento mal conduzido podem ser graves e irreparáveis, tais como extrações desnecessárias e reabsorções das raízes dos dentes.
A Ortodontia baseia-se em princípios físicos da mecânica (técnica de movimentação) e princípios biológicos do ser humano (capacidade de gerar e absorver tecido ósseo).
O aparelho fixo ou móvel movimentará gradativamente os dentes para a posição correta. Essa movimentação é possível graças à pressão exercida pelos fios, elásticos, molas, etc. dos aparelhos fixos ou pelo conjunto do aparelho móvel, forçando o sistema de absorção e formação de osso ao redor dos dentes.
Em geral o tratamento ativo com aparelho ortodôntico leva de 18 à 36 meses e o planejamento é apresentado com cronograma contado por visitas e não pelo tempo, assim, contempla-se as presenças e não as ausências. O tratamento interceptivo ou procedimentos precoces podem levar poucos meses. Na verdade, o tempo depende da severidade do problema, do crescimento da boca e da face do paciente e da cooperação do paciente. Problemas mais simples usualmente requerem menos tempo e alguns indivíduos respondem mais rápido que outros. O uso de elásticos e/ou aparelho extra bucal, se prescrito pelo ortodontista, contribui para completar o tratamento devidamente.
Nosso organismo aceita muito bem a técnica ortodôntica com ativações entre 21 à 28 dias. Uma ativação mais freqüente ou força exagerada (aceleração do tratamento) em períodos inferiores a 21 dias causam lesões nas estruturas de suporte dos dentes (osso e raízes) chegando a casos de perda dos dentes. A cada consulta são realizados avaliações e controle dos resultados obtidos pela última ativação, seguindo o planejamento ortodôntico feito especialmente para cada paciente. Os intervalos entre as consultas não devem ser menores do que 15 dias e nem maiores do que 45 dias, e isso inclui a troca das “borrachinhas”, já que este processo é uma etapa da ativação do aparelho. Portanto, o paciente deve também cooperar, sempre evitando atrasos e faltas nas consultas. No caso dos aparelhos auto-ligáveis as visitas podem ser a cada 60 dias.
Às vezes um paciente que está usando aparelho comunica que quer tirá-lo por acreditar que o resultado já está satisfatório ou simplesmente precisa fazê-lo por questões pessoais. Em ambos os casos, o paciente precisa arcar com as conseqüências do tratamento interrompido e ter consciência do que pode acontecer com os dentes. Ao interromper um tratamento ortodôntico, todas as conquistas obtidas até então podem se perder, ou seja, os dentes podem retornar a posição original. Isto é bastante comum quando não se termina um tratamento com estabilidade.
Já nos casos em que o paciente simplesmente “desaparece” do consultório, é importante que ele saiba que se não houver a manutenção dentro do período estabelecido pelo dentista, o fio ortodôntico permanece agindo e pode comprometer a estrutura dos dentes. É fundamental retomar o tratamento ou retirar (pelo menos) o fio. Para retomar o tratamento após um longo período sem manutenção, provavelmente será preciso fazer uma nova documentação ortodôntica ou, no mínimo, uma radiografia panorâmica. A documentação tem um prazo de validade e, como os dentes já se movimentaram, essa documentação já não corresponde mais a situação bucal atual.
Existem, basicamente, dois tipos de aparelho ortodôntico: o fixo e o móvel, que pode ser metálico ou estético (transparente). O ortodontista poderá orientar com precisão o tipo de aparelho mais adequado para cada caso.
Existem também aparelhos acessórios que, usados junto com o fixo, auxiliam na complementação técnica do tratamento, como o aparelho extra bucal, a mentoneira e os expansores.
É o aparelho que é encaixado nos dentes e pode ser removido pelo próprio paciente, na hora das refeições e da higienização. O aparelho móvel é moldado em gesso e posteriormente confeccionado em um laboratório de prótese.
As pequenas peças que são fixadas em cada um dos dentes são chamadas braquetes; os anéis metálicos que ficam ao redor dos molares são as bandas e ambos funcionam como suporte para os fios. A instalação do aparelho nem sempre ocorre de forma imediata, sendo necessárias algumas consultas para efetuá-la. Em alguns casos a instalação acontecerá primeiramente na arcada superior; no momento adequado, será instalada a arcada inferior.
Não há um tempo específico para se acostumar com o aparelho, e isso também não depende da idade. Depende, na verdade, da sensibilidade e capacidade de adaptação do paciente e de sua suscetibilidade à dor. Os primeiros 3 dias podem ser acompanhado de desconforto, pode ficar um pouco dolorido, mas nada que seja insuportável. O paciente pode precisar da cera protetora para diminuir o atrito do aparelho c a mucosa nesta fase de adaptação. Posteriormente, ao fazer a manutenção mensal, o paciente pode sentir algum desconforto por 1 ou 2 dias, mas esta sensação também é normal.
À posição original, não. Podem ocorrer pequenas acomodações pós-tratamento, que podem estar ligadas ao crescimento e à s alterações funcionais. Essa tendência é normalmente bem controlada e minimizada através de um bom planejamento, de perfeita execução da técnica ortodôntica e da utilização correta dos aparelhos de contenção.
No final do tratamento, quando são retirados as bandas, os braquetes e os fios, o paciente entra na fase de contenção. O paciente deve usar a contenção (que poderá ser fixa ou móvel) por alguns meses para evitar que os dentes voltem à antiga posição do início do tratamento. O tempo de uso da contenção será estabelecido pelo ortodontista.
Não há problemas em colocar aparelho ortodôntico sobre a prótese, apenas não poderia se fosse implante. No entanto, dependendo do tipo de acabamento, talvez seja necessário desgastar um pouco a superfície esmaltada da prótese para a fixação do braquete (a peça metálica que é colada em cada dente). Se a necessidade de desgaste for grande, para não danificá-la, o dentista poderá substituir a prótese de porcelana por uma provisória, recolocando-a no término do tratamento.
Sim, desde que seja após o término do tratamento ortodôntico, pois o implante, uma vez colocado, não pode mais mudar de posição. Portanto, quem deseja fazer a correção dos dentes, deve realizar o tratamento ortodôntico antes do planejamento e colocação de implantes.
Simplificando, podemos dizer que as extrações são recomendadas quando não há osso suficiente para acomodar todos os dentes. O ortodontista vai decidir extrair ou não, dependendo do estudo do caso que é feito na documentação ortodôntica (radiografias, modelos, etc.). Extrair dentes é um ótimo recurso quando bem indicado, mas, se for mal planejado, pode comprometer o resultado. Por outro lado, não fazer as extrações quando é necessário também pode levar o tratamento ao fracasso.
É necessária uma consulta para avaliar, mas se você tem dentes tortos, cruzados, esteticamente seu sorriso não o agrada, é respirador bucal ou já tem dores na ATM (Articulação Têmporo-mandibular/ na região do ouvido), provavelmente você é candidato aparelho ortodôntico.
Não existe aparelho melhor ou pior e sim o mais bem indicado para cada caso, não desconsiderando a expectativa do paciente.
Dentes mal posicionados podem facilitar o aparecimento de cáries e de doença gengival devido a maior dificuldade de se higienizar os dentes quando eles não estão bem alinhados. Dentes protruídos (dentes para frente) são mais susceptíveis a traumas e fraturas. Dentes desalinhados ou uma face afetada pela má oclusão podem prejudicar a auto estima do indivíduo. Perda de osso em volta dos dentes, dores musculares na face e outros problemas funcionais podem ocorrer devido a falta de tratamento ortodôntico.
O ideal é que toda criança faça uma consulta aos 6 anos de idade, para uma avaliação do crescimento dos ossos da face. Quando existe equilíbrio no crescimento facial, o desenvolvimento da boca se faz de forma mais harmoniosa, podendo evitar extrações dentárias e até mesmo cirurgias.
Normalmente não. Estes problemas só ocorrem nos pacientes que negligenciam a higiene bucal durante o tratamento. Todos os pacientes recebem instruções sobre como fazer a limpeza dos dentes e do aparelho e orientação para manter uma alimentação adequada durante o uso dos aparelhos. Hoje existem materiais que previnem as cáries, como a "cola" utilizada para fixar os aparelhos fixos - elas já vem com flúor incorporado em sua fórmula, o que previne a descalcificação do esmalte dentário.
Existem controvérsias sobre este assunto, mas a maioria dos artigos publicados sobre este tema indica que não. Parece que o apinhamento (mudança da posição) dos incisivos inferiores é causado por vários motivos, dentre eles os principais:
Estreitamento da face, que ocorre ao longo de toda vida.
Falta de desgaste dos dentes. Devido ao tipo de alimentação atual os dentes não sofrem desgastes e por isso não ficam mais estreitos como acontecia há centenas de anos atrás. Como a face se estreita e os dentes não, falta espaço.
Crescimento terminal da mandíbula. A mandíbula apresenta um crescimento que coincide com a época de aparecimento dos "Sisos". Este crescimento faz com que os dentes inferiores mudem de posição ao serem forçados contra os dentes superiores.
Após a correção dos dentes mal posicionados através dos aparelhos fixos (peças de metal ou de cerâmica coladas na parte externa de cada dente) é necessária a contenção da posição dos dentes por um determinado tempo. Isto é feito para que os tecidos ósseo e gengival se adaptem às mudanças na posição dos dentes. A contenção pode ser feita com aparelhos removíveis ou fixos (os fixos são colados na parte interna dos dentes). Nos caso onde são indicados aparelhos removíveis para contenção do tratamento ortodôntico é fundamental a colaboração do paciente para a estabilidade do tratamento.
Nos casos onde existe falta de espaço para o correto alinhamento dos dentes, o ortodontista vai avaliar todas as possibilidades para acertar a posição dos dentes sem extrações de dentes permanentes. Antes de ser ortodontista, todo ortodontista é um dentista, o qual tem o maior interesse em manter dentes sadios. No entanto nos casos onde a discrepância entre o tamanho dos dentes e o tamanho do osso é muito significativa, ou a diferença entre as bases ósseas (maxila e mandíbula) é muito evidente, pode ser necessária a extração de dentes permanentes.
Em muitos casos podem haver modificações nas posições dos dentes após a interrupção do uso dos aparelhos de contenção. Isto é devido às mudanças que ocorrem com o passar dos anos com os ossos e músculos da face. Assim como a pele se modifica através dos anos, normalmente aparecendo algumas rugas com o avançar da idade, podem ocorrer alterações nas posições dentárias. Estas alterações não devem ser consideradas recidivas do tratamento ortodôntico, pois mesmo indivíduos que nunca utilizaram aparelho, apresentam estes tipos de alterações.
Não há idade limite para se iniciar o tratamento. Desde que haja saúde das estruturas em volta do dente, a correção da posição dos dentes pode ser feita em qualquer idade. Atualmente 25% dos pacientes são pacientes adultos. Existem aparelhos discretos que foram especialmente desenvolvidos para o tratamento de adultos. A principal diferença entre o tratamento de adultos e crianças/adolescentes é o fato do adulto não apresentar mais crescimento ósseo, o que limita em alguns casos a correção total da má oclusão em casos de discrepância das bases ósseas. Nos adultos as discrepâncias significativas de bases ósseas normalmente só são corrigidas com cirurgias ortognáticas.
Existem diferentes tipos de aparelhos estéticos. Os mais simples (feitos de um material plástico) podem sofrer alteração de cor ao longo do tratamento. Os aparelhos feitos de porcelana ou de safira não alteram sua cor durante o tratamento. Além da questão estética, estes últimos são mais resistentes que os primeiros e portanto permitem um tratamento mais eficiente.
Quando bebê, a mamãe dá banho sempre que a criança estiver suja, deve começar a estabelecer o hábito de higiene oral também nesta fase, pois isso fica associado e conforme vai crescendo vira rotina. Entendemos que higienizar corretamente a boca é cultural e se estabelece na infância.
Quando sem dentes, se higieniza o "céu da boca" e a região dos dentes com o dedo envolvido em um tecido macio, fralda ou escova super macia para bebês, conforme vão erupcionando (nascendo) os dentes associa-se escova ao fio dental. Nesta fase entram os cremes dentais com flúor (cuidar para a criança não engolir).
Considera-se uma higienização correta quando se elimina a placa bacteriana da superfície dentária e da língua, com escova, fio dental e raspador de língua. O ideal é utilizar escovas macias com cremes dentais que contenham flúor. A escovação deve ser lenta, sem pressão e não muito rápida sempre após as principais refeições. A higienização noturna, antes de dormir, é fundamental, pois quando dormimos diminuem o fluxo salivar e as bactérias agridem com maior intensidade.
Não. Existe um mito estabelecido que durante o período de gravidez, ocorrem perdas e destruição dos dentes da futura mamãe. O que acontece neste período, é uma alteração hormonal em todo o organismo feminino, em conseqüência disto a membrana celular dos tecidos de suporte dentário ficam mais permeáveis aumentando o fluido gengival.
Nesta fase, a mulher dedica a sua atenção intensamente ao bebê, deixando de lado algumas necessidade básicas como a higiene oral. Como conseqüência desta deficiente higienização, ocorre acúmulo de placa bacteriana nos dentes e gengiva, que associado ao aumento do fluido gengival desencadeiam um processo inflamatório, aumento do volume gengival, as gengivas ficam vermelhas e sangram com facilidade. A própria tensão da gravidez faz com que ocorram um maior apertamento dos dentes e dentes que apresentam restaurações grandes, cáries ou destruições, se quebrem com maior facilidade.
A dica é que a mulher ao planejar a sua gravidez, consulte o seu dentista para fazer uma revisão do seu estado de saúde bucal e solicite as orientações corretas de higienização.
A Gravidez é uma fase muito bonita e marcante para toda a família e este mito deve ser eliminado com uma excelente higiene oral.